Para as aulas teóricas práticas após a Páscoa: solicito aos comentadores dos textos que sugiram (aqui no blogue, ou tragam para a aula) uma notícia, reportagem, ou estudo que ilustre ou se articule com a temática das leituras.
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Abaixo podem ler um excerto de uma notícia do Público sobre um recente estudo do Banco Mundial que encoraja os empresários e investidores a olharem para os pobres como um amplo segmento de consumidores e como uma oportunidade de negócio. Leiam e comentem (na caixa de comentários).
"Ganham um, dois, três dólares no máximo a cada dia que passa. São os pobres do planeta, uma imensa maioria que, como um todo, tem um poder de compra avaliado em cinco biliões (milhões de milhões) de dólares, o que corresponde a 3,8 biliões de euros. Criar produtos e serviços especialmente destinados às necessidades destes quatro mil milhões de pessoas é o desafio lançado aos privados pelo Banco Mundial."
Continuar a ler aqui.
3 comments:
Surge aqui muito claramente um confronto entre o mercado, a tentar regular a economia social, e a 'resistência', estratégias de sobrevivência da economia informal.
A globalização ao estender-se a novos públicos, necessita também ela de elevar os padrões de consumo, exigindo novas abordagens, nomeadamente, alteração de prioridades dos públicos alvo, com a criação de novas visões do mundo (ocidentalização), com consequente alteração de hábitos, costumes e valores.
Os investimentos necessários na criação de estruturas de desenvolvimento social, são frequentemente subalternizadas em relação aos bens de consumo não prioritários.
Jorge Simões - AA2 - 26619
Cada vez que leio uma notícia acerca dos esforços das diversas acções para a recuperação da economia mundial, (tal como o plano de Marshal) e social - lembremo-nos do economista indiano Amartya Sem, que se baseia numa perspectiva de liberdade política, disponibilidade económica, e de igualdade social; Lembra-me de que o desenvolvimento trás consigo um paradoxo entre os países subdesenvolvidos e os países desenvolvidos, acentuado na acção da globalização, no qual o capitalismo é o ponto central que salienta as diferenças. Diferenças essas que nós não queremos ver, ouvir e falar. Isolamo-nos no nosso pequeno mundo e tentamos não ver o que está para lá dos horizontes. Mas quando ouço ou leio noticias como está leva-me a questionar, será que o discurso do desenvolvimento não irá transformar-se no discurso da desigualdade, servindo apenas para dar mais legitimidade ao poder e as novas formas de acumulação, aumentando as incertezas e inseguranças dos mais desfavorecidos? Para responder a essa questão deixo aqui um extracto de um texto...«(…) O que me inveja não são esses jovens, esses fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola e rebola a exibir bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras pára perante a dor falsa de um futebolista. As minhas mágoas que são tantas e tão verdadeiras e nenhum árbitro manda parar a vida para me antender, reboladinho que estou por dentro, rasteirado que fui pelos outros. Se a vida fosse um relvado, quantos penalties eu já tinha marcado contra o destino? (…)»
(Mia Couto, in O Fio das Missangas)
O capitalismo mesmo quando cheio de boas intençoes tem sempre um senao. Senao esse de fazer ganhar muito dinheiro a uns, e de fazer trabalhar outros por uns miseros tostoes. A prespectiva de igualdade social, alias nem digo igualdade social mas sim de tentar dar as mesmas oportunidades aos povos menos desenvolvidos atravez do capitalismo, nao é mais que areia para os olhos.
I got a bone to pick with capitalism and a few to break. Grab us by the throat and shake the life away. Human life is not commodity, figures, statistics or make believe. And yeah I like eating excrement and not getting paid for it. Play the guilt, play the fear and play the anxiety, Seduced by the opportunity and robbed of hope. Human suffering is not commodity, figures, statistics or make believe. Marginalise away the joy and sell us boredom. And yeah I like working doing nothing and not making anything. Blame the poor, blame the uneducated and blame the sick... (Refused in Worms Of The Senses/Faculties Of The Skull : From the album "The shape of punk to come")
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