Enquanto visionava o documentário, interessaram-me em especial a diversidade de histórias de vida entre os taxistas, a sua capacidade de sorrir e encarar as adversidades apesar da melancolia. Isso transparecia no modo como falavam das suas famílias, na dedicação com que tratavam o carro - ainda que, por vezes, essa dedicação se revestisse de formas perversas por uma questão de segurança - e, por exemplo, nos argumentos de encorajamento à filha com leucemia de um dos entrevistados.
Se no início vemos mais referências à conjuntura económica e política do Peru por parte dos taxistas, com a avançar do documentário entramos num território mais intimista, o que revela a habilidade da montagem. A passagem do filme que melhor retive, e que julgo que de certa forma o sintetiza, é a identificação que um do taxistas faz da sua classe com um rio subterrâneo, através do qual circulam histórias. Aqui a articulação da esfera social com a económica e política é bastante visível, principalmente na consideração do resultado das últimas eleições como claramente influenciado pela dita classe.
Em suma, achei o documentário relevante e bem construído. Visioná-lo fez-me sentir menos distante da realidade retratada, e pensar, ao mesmo tempo, nas semelhanças que podemos encontrar entre as estratégias de sobrevivência em Lima dos anos 90 e no nosso país actualmente, semelhanças, essas, maiores do que poderíamos imaginar em mundos tão díspares.
Bárbara Sá (AC1)
Se no início vemos mais referências à conjuntura económica e política do Peru por parte dos taxistas, com a avançar do documentário entramos num território mais intimista, o que revela a habilidade da montagem. A passagem do filme que melhor retive, e que julgo que de certa forma o sintetiza, é a identificação que um do taxistas faz da sua classe com um rio subterrâneo, através do qual circulam histórias. Aqui a articulação da esfera social com a económica e política é bastante visível, principalmente na consideração do resultado das últimas eleições como claramente influenciado pela dita classe.
Em suma, achei o documentário relevante e bem construído. Visioná-lo fez-me sentir menos distante da realidade retratada, e pensar, ao mesmo tempo, nas semelhanças que podemos encontrar entre as estratégias de sobrevivência em Lima dos anos 90 e no nosso país actualmente, semelhanças, essas, maiores do que poderíamos imaginar em mundos tão díspares.
Bárbara Sá (AC1)
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