Esta pequena história, comum a um povo, foca-nos uma estratégia de vida para a sobrevivência, que leva toda uma classe (média) a desembocar num porto menor. A realizadora capta as diferentes visões do "mundo" de cada entrevistado e a forma como ele se situa face à contingência do próprio país, cuja crise leva a que a dor e a pobreza façam frente (por vezes não tão bem conseguida) a um lamento em uníssono, a uma política desgovernada que fez descarrilar a economia.
No entanto, a moral deste povo, num dever de obediência (ainda que em silêncio) leva a que muitos abracem - com certo ânimo - os meios que encontram para subsistir, tirando partido de tudo o que lhes aparece. É nesta dureza que tentam por ordem à vida, que flutuam na melancolia que lhes é conferida, numa capacidade combativa: ao medo, às angustias e, até, à própria morte.
Aliás, a realizadora consegue mesmo dar-nos essa "trifocagem" dos seus entrevistados: os que vivem a situação geral do seu país, com plena consciência e espírito crítico; os que estão no quadrante do seu pequeno mundo, vivendo as suas misérias pessoais; e os que fundamentam a sua própria força, na força do mesmo regime que os (des)governa- a força combativa, que suporta a dor e transforma a dureza de vida em algo bom, com vista a um futuro risonho, que estão a construir ao lado de uma ideologia de Estado.
Aceitação do estado das coisas, tudo suportar em nome de uma vida melhor. Ao mesmo tempo, existe o contraste com aquele estrato mais baixo da população, "os indígenas", que têm consciência de que não têm um lugar e que, dê por onde der, a política só os desfavorecerá, controlando-os e escravizando-os cada vez mais. Para eles, a política de nada serve.
Lígia Ramos (AB2)
No entanto, a moral deste povo, num dever de obediência (ainda que em silêncio) leva a que muitos abracem - com certo ânimo - os meios que encontram para subsistir, tirando partido de tudo o que lhes aparece. É nesta dureza que tentam por ordem à vida, que flutuam na melancolia que lhes é conferida, numa capacidade combativa: ao medo, às angustias e, até, à própria morte.
Aliás, a realizadora consegue mesmo dar-nos essa "trifocagem" dos seus entrevistados: os que vivem a situação geral do seu país, com plena consciência e espírito crítico; os que estão no quadrante do seu pequeno mundo, vivendo as suas misérias pessoais; e os que fundamentam a sua própria força, na força do mesmo regime que os (des)governa- a força combativa, que suporta a dor e transforma a dureza de vida em algo bom, com vista a um futuro risonho, que estão a construir ao lado de uma ideologia de Estado.
Aceitação do estado das coisas, tudo suportar em nome de uma vida melhor. Ao mesmo tempo, existe o contraste com aquele estrato mais baixo da população, "os indígenas", que têm consciência de que não têm um lugar e que, dê por onde der, a política só os desfavorecerá, controlando-os e escravizando-os cada vez mais. Para eles, a política de nada serve.
Lígia Ramos (AB2)
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