Sobre o documentário “Metal e Melancolia” de Heddy Honigmann, e dos diferentes discursos feitos pelos diferentes personagens, destaco o facto de se sentir em permanência a forma, por vezes “melancólica”, mas sempre de “metal” – porque a dor e a pobreza os endurece – como todos eles tentam resistir a uma realidade de evidente caos político e económico, que se repercute na parte social.
Essa resistência, que é também uma defesa, manifesta-se nas variadíssimas formas que arranjam para subsistir, desde os actos mais simples aos mais engenhosos:
Pelas crianças que vendem caramelos; pelos homens que abordam os condutores para limparem os vidros dos seus carros; pelos vendedores de sinalética para táxis; pelos compradores dessa sinalética, que em muitas ocasiões são pessoas que complementam o seu dia de trabalho no emprego, com a actividade de taxista; pelos truques e engenhos que muitos desses taxistas arquitectam para defender de qualquer roubo o seu velho, mas sempre “actual”, automóvel. Passando pela expressão de sentimentos que tanto podem revelar a indignação colectiva face a essa dura realidade peruana, como exprimir experiências meramente pessoais.
Célia Gomes (AA2)
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