Tuesday, February 10, 2009

Ano lectivo 2008-09

Bem-vindos à cadeira de Análise Antropológica 2: Poderes - o económico e o político. Em breve actualizarei a lista de links do blogue. As linhas programáticas da cadeira (tal como constam do programa) são as seguintes:

A cadeira aborda de modo articulado as dimensões económica e política da vida social, mostrando como tais dimensões têm sido construídas enquanto categorias de análise antropológica em diferentes contextos etnográficos e em diferentes momentos da história da disciplina. Partindo do problema mais geral da construção do objecto nas ciências sociais, a disciplina aborda em particular os pressupostos históricos e institucionais das categorias de “económico” e de “político”. O programa orienta-se pelas seguintes linhas programáticas:

1) Apresenta os debates oitocentistas sobre a propriedade, as origens das desigualdades sociais e as especulações sobre a natureza e funcionamento das “economias primitivas” à luz dos pressupostos iluministas (da filosofia moral e da economia política) sobre natureza humana, racionalidade económica, papel do estado e progresso.

2) Mostra como a antropologia funcionalista (substantivista ou formalista) contribuiu para a não dissociação do económico de outras categorias como o político, a magia, a religião ou os valores morais

3) Dá a perceber e avalia o impacto que o pensamento pós-iluminista (de modo particular o materialismo histórico e o utilitarismo) teve na análise antropológica das relações económicas e de poder em outras culturas (nomeadamente no anti-utilitarismo de Mauss e na superação da controvérsia formalismo-substantivismo)

4) Trata o problema do Desenvolvimento dando a perceber a configuração ideológica e política que assumem os problemas teóricos e empíricos neste domínio e assinalando possíveis dimensões aplicadas do conhecimento antropológico a esta área.

5) Analisa e debate os processos pelos quais certas formas hegemónicas de organização política e económica como o capitalismo e o Estado-Nação estão a re-configurar à escala global as relações de poder entre os Estados e entre os indivíduos.

6) Dá a perceber a importância da teoria e dos instrumentos antropológicos para um entendimento não etnocêntrico das desigualdades sociais e dos conflitos sociais no mundo contemporâneo.